Re-estreamos o nosso espetáculo "Hotel Açucenas" esse fim de semana no Centro Cultural UFMG depois de muito stress, dentro e fora da cena. Fora principalmente com instituições públicas arcaicas desprovidas de um mínimo de sensibilidade para lidar com o humano e artístico de cada um.
Desperto domingo às oito e meia da meia da manhã depois de sonhar a noite toda com a parede do espaço a reformar e que eu precisava procurar pincéis novos para a cena. Meu Deus, é verdade que vivi tudo aquilo ontem em cena?
Por mais que se tenha uma partitura, um corpo, um estado para cada uma das minhas "flores" de personagens, existe aquilo que não é palpável e que se transfigura a cada espetáculo...
Meu Deus, como essa platéia é silenciosa ou como essa é pertubadora, ou como é inquisidora...
Como o que reverbera dentro de mim muda de cor a cada apresentação.
Sábado eu era uma atriz vermelha de guerra, ontem era lilás à procura de mudanças...
Esse trabalho... acho que posso dizer isso aqui, me forçou a mudar para uma outra mulher como nenhuma outra coisa feita antes por mim, pessoinha pequena, que parece uma menina, só parece...
O que se vive em cena é a nossa própria alma em estado de plenitude, é ser tanta coisa e ao mesmo tempo não ser nada, só deixar ser...
Sabe, Michelle? Às vezes eu duvido que o Estado exista para organizar e administrar as demandas básicas para nós. E se não dá conta nem do que é premissa básica, constitucional, o que dirá falar-se em sensibilidade e humanidade com seres que conseguiram, ufa!, se enconstar no serviço público... Essa raça às vezes me mata de vergonha... A passeata da Margarida ainda está de pé?
ResponderExcluirÈ Michelita, é duro mesmo fazer arte neste nosso país. Mas você como boa guerreira que é conseguirá vencer todas as barreiras. Afinal o amor a arte sempre fala mais alto.Muito sucesso nessa nova temporada. Bjos!
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