18 de junho de 2011

Chamada

Tem alguém aí chamado Messias?
Tem alguém aí chamado Jesus?
Tem alguém aí chamado Espírito Santo?
Não, não mesmo?
Ainda bem....

                                                       Créditos da foto: Leo Koroth



Apareceu a Margarida é o espetáculo mais recente da Flores de Jorge Cia Cênica.
A montagem é fruto do desejo de treze anos da atriz e gestora cultural Michelle Ferreira (cumprindo a promessa de que quando eu fizesse 30 anos montaria esta peça)  com a colaboração valiosíssima de Camilo Lélis, TiagoAlmeida, Iasmim Marques, Wellington Santos, Taimara Liz, Flávio Cravo, Marina Arthuzi e Marina Viana).

“Apareceu a Margarida” é a peça mais conhecida do escritor e diretor carioca Roberto Athayde, que a escreveu aos 22 anos de idade, em plena época da ditadura, na década de 70. Desde então, várias montagens, em diferentes épocas, com distintos atores, já foram encenadas no Brasil e em outros países. O monólogo traz a imagem da tirânica professora Margarida, que se utiliza de um amplo leque de recursos, desde a sedução e a chantagem, passando pela demagogia, até a repressão aberta, para maltratar a sua turma de alunos e envolvê-los no seu universo de desvario.



A dramaturgia fornece uma metáfora de impacto para representar criticamente a insidiosa violência da ditadura, então instalada no país em 1974, ano em que foi escrito. Porém, mais do que isso, o despotismo da personagem vem sendo tratado, desde então, como figura de linguagem para falar do discurso de poder, de todo regime de dominação tendo a sala de aula como microcosmo dessa sociedade disciplinar; o banco escolar como primeiro estágio para o adestramento.

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