Há dias que não passo por aqui. Não por falta do desejo da escrita mas pelas questões tecnológicas que me impediram de continuar.
Fico pensando: será mesmo que as pessoas acessam esse blog e leêm coisas minhas?
De qualquer forma escrevo também para o meu deleite e por ser, nesse momento, minha "válcula de escape".
...
Quero falar sobre algo que me perturba há algum tempo.
Nesse momento a atriz tem sido o meu lado mais sofrido da vida gente! (mais do que a produção, ufa...). Acho que a atriz precisa respirar, correr solitária pelos prados e campinas...
Sem pressões externas e desvios pelo caminho...
Fico pensando que autonomia é essa do ator, de não ser apenas um "robô" obedecendo aos comandos de uma "voz superior" , mas de criar, propor e ser aceita também na minha condição de cena.
Ai, ai... o processo porque passa uma atriz me lembra um pouco um "condenado", ou alguém em um campo de concentração: concentração e vigília, repetição, faça isso, faça aquilo, vá por ali, explore mais,,,
Bem, vou deixar de abstrações e contar uma pequena estorinha:
Era uma vez uma menina-atriz. Ela era talentosa, nem sei se tanto assim, mas se esforçava, e isso é um ponto positivo no teatro. Gostava do que fazia. Ia aos ensaios, pensava em suas personagens como pessoas e atitudes mas não como uma forma de todos acharem a sua "técnica" eficiente. Em casa ela anotava palavras que acreditava serem importantes em seu texto (ainda que não fossem as ideais). A dramaturga então, chegava e dizia que a menina-mulher-atriz escolheu "Aleatoriamente" as palavras do texto e ainda falava que os atores tinham uma atitude "covarde" perante o processo e dava mil lições do ator-santo nosso de cada dia.
Ela, menina, não ligava de fazer e desfazer a linha da criação da cena mas ser acusada de ser burra, preguiçosa e covarde... não, isso não.
Sendo assim, ela não queria o ator-santo. Queria o ator mundano, humano, que sofre, que sente afeto e que não fica só em treinamento físico-psicofísico. Ela não quer ser santa, quer ser mulher, prefere o inferno ao paraíso do ator.
Nenhum comentário:
Postar um comentário