Sempre que chega o mês de dezembro começamos a colocar "na balança" o ano que finaliza: nossas conquistas, perdas, decepções, alegrias, tarefas cumpridas. Assim, vem à tona também as questões emergenciais para o ano que bate à porta, cada um de nós com as suas prioridades: seja economizar nas finanças, ter uma alimentação mais saudável, aquela ginástica ou caminhada que sempre é interrompida ser retomada, enfim.
No que concerne ao nosso universo artístico, o que me preocupa muito é o público. Onde está o público do teatro? No período da minha última temporada, que se findou no dia 12 de dezembro, indo para o Teatro da Assembleia, eu passava por praças lotadas de pais e crianças com seus brinquedos, suas pipocas e sorvetes derretidos e também por botecos abarrotados de garrafas de cerveja e pessoas descontraídas. Bem, por que as salas de teatro não lotam? Não é por falta de trabalhos que primam por qualidade e conteúdo, graças a Deus, em Belo Horizonte temos produzido muitos espetáculos significativos, não apenas para nós, mas para outras pessoas também. Bem, onde estão as pessoas??? Nós artistas precisamos refletir e mobilizar para a formação de público na cidade. Constato de que nada adianta passarmos meses na sala de ensaio, fazermos temporadas e circularmos se o público não se aproxima de fato. É preciso educar as pessoas, no sentido de entender a arte como um bem comum. Por que as pessoas consomem tantas banalidades e na hora de comprar um ingresso para uma peça ou mesmo comprar um livro nunca têm dinheiro? Por que essa mania horrorosa de só ir a uma peça quando se ganha cortesia? Isso é um absurdo, é um desrespeito ao nosso ofício e ao que podemos proporcionar de melhor à sociedade: um cidadão mais consciente, crítico, feliz e pleno de boas ideias e condutas. Isto sim, deve ser uma PRIORIDADE para o ano que se aproxima. E que as boas profecias para 2011 se cumpram!!!
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