28 de janeiro de 2008

Ciclos que se configuram na alma feminina...

Nossa, é incrível como pra mim é penosa a segunda feira! Isso há muitos anos acontece mas agora está bem pior. Hoje me levantei às 05:45 da manhã para ir dar aula com uma chuva gritando. Na minha cabeça passou rapidamente o trailer do meu filme cotidiano: eu me arrumando em 15 minutos, saindo na rua ainda escura e deserta, chegando no Oiapoque, pegando o 11:55, ficando uma hora lá dentro... ai! melhor não pensar muito, senão nem da cama eu saio.
Sei que é uma bobagem, já que, 2a feira é dia santo como qualquer outro mas não sei... acho que deve ser coisa de reencarnações passadas... quem sabe eu não tenha morrido em uma 2a feira?
Bem... isso tudo é pra falar que estou lendo um livro muito interessante (como a viagem pro meu trabalho é longa, preciso de algo que ocupe o som barulhento do ônibus); o livro se chama "Mulheres que correm com os lobos" e a autora é Clarissa Pinkola Estés, analista junguiana há mais de vinte anos e que recorre a vários arquétipos para mostrar a importância do resgate da mulher selvagem, do "self", do poder de nossa intuição que em tempos pós-modernos, cada vez está dissolvendo...
O conto que li hoje é sobre um homem muito solitário, que vivia da caça e da pesca e que depois de todo um dia sem sucesso na floresta, volta em seu barco e ouve sons de várias mulheres. Ele se aproxima e vê várias mulheres nuas e lindas a conversar e muitas peles de foca. Essas mulheres começam a colocar suas peles e mergulham no oceano... A mais alta delas procura pela sua mas o homem solitário a pega e pede pra que essa mulher se torne sua companheira. Ela aceita por um tempo determinado, tem um filho com ele mas aos poucos começa a envelhecer precocemente. O cabelo cai, começa a perder a visão, a pele enruga e então ela resolve voltar para o mar. O marido se irrita, esconde a pele mas, a criança, vendo a angústia da mãe e uma voz que ouve do mar, encontra a pele e a devolve à mãe. Os dois vão para o oceano. A criança se encontra com a "avó-foca" , a mãe passa a rejuvenecer mas o filho não pode ficar em sua companhia. Depois de sete dias no mar, a mãe o leva novamente à terra mas promete que toda a vez que ele quiser reencontrá-la basta soar alguns dos objetos que ela deixou para trás. O filho se torna um tocador de tambor. Perde a mãe mas passa a revê-la no seu lugar, na sua "casa" onde ela é feliz.
Bem, esses e outros contos servem para trabalhar vários arquétipos. Tentei recontar resumidamente toda essa história porque pra mim fica claro os vários ciclos porque homens e mulheres passam e como é importante as vezes respeitá-los . Quase nunca podemos fazer isso porque a nossa vida, o nosso tabalho, as nossas obrigações não deixam.
Temos fases introspectivas, outras histéricas e muitas ansiedades e depressões que denotam que alguma coisa em nossa vida não está bem, que não estamos indo na direção certa...
Se eu pudesse não levantaria às 05:45 mas tenho que condicionar o meu relógio anti-biológico! Isso pra mim não é natural, mas ,tenho que reagir e me levantar. Nem sempre podemos respeitar os nossos ciclos naturais...
Agora tem coisas que realmente não dizem respeito aos ciclos naturais, como a depressão.
Não sou terapeuta, mas vejo casos nítidos de depressão que mostram alguma coisa que não condiz com o que a pessoa é. Tenho uma amiga bailarina que quer desistir da profissão. Não quer mais viver na instabilidade artística, quer parar de sofrer mas ao mesmo tempo não consegue mudar de rumo, tentar, por exemplo, abrir uma padaria e fica, estagnada no tempo.
Quando alguém não aceita os talentos naturais e os recusa, a pessoa sofre, é o que percebo.
Mas enquanto isso... luto pelas 2as feiras!

P>S: Gente, sei que esse texto está um pouco confuso. Tem um monte de gente conversando do meu lado atrapalhando minha concentração de escritora. Bem, prometo melhorá-lo depois, tenho que respeitar os ciclos né?

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